sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

5 dicas para não desistir ao fim do primeiro mês.

Agora que Janeiro está a acabar, é provável que muitas de vocês ponderem deixar de ir ao ginásio porque se esforçaram tanto e não viram resultados convincentes, e se calhar até ganharam meio quilo e o vosso marido já não vos pode aturar. Quem nunca abandonou uma resolução de Ano Novo que atire a primeira pedra, mas no que depender de mim vocês não o farão, porque aqui vão cinco dicas fantásticas para manterem a motivação e o foco. O que é que dizemos ao Deus das desistências? Hoje não! 

1. A importância da recompensa.





Há um ano atrás comprei um vestido preto com transparências laterais que ainda não vesti. Foi amor à primeira vista e foi não correspondido. Sabia que não me favoreceria com o corpo que na altura tinha, mas comprei-o ainda assim, prometendo a mim mesma que um dia ele assentar-me-ia que nem uma luva. Sempre que me apetece ficar em casa penso "não te podes dar ao luxo, Filipa, porque o teu little black dress espera por ti, e cada dia que treines é menos um dia que falta para que o possas vestir". Façam o mesmo: comprem umas calças dois tamanhos abaixo, um bikini e apontem metas para o Verão, qualquer coisa, mas desafiem-se.

Outro método semelhante é o da recompensa após o alcançar dos objectivos, algo como "a cada três quilos que perca, posso ir ao meu restaurante favorito e, nesse dia, comer o que me apetecer" ou "se for ao ginásio todos os dias durante um mês compro aqueles sapatos que vi na Aldo". É importante, acima de tudo, ter os objectivos já bem traçados, para que a meta possa ser facilmente identificável. 

Existe ainda um último método que ajuda a manter o foco, quer na dieta quer no exercício físico, e que é o de agendar um dia por semana ou mês para fazer um cheat meal, que mais não é do que uma refeição que entra nos tais 20% de comida não saudável na nossa alimentação. Ao saber que Sábado estou liberada para comer uma barra de chocolate, nos restantes dias mantenho o foco e faço escolhas de alimentação inteligentes. 

2. Companhia é o melhor remédio.

Quando comecei a treinar, convidei uma amiga para ir comigo. Sabia que isso ajudar-me-ia muito e não me enganei. Além de no treino em si termos ambas objectivos semelhantes e por isso puxarmos uma pela outra, todas as vezes em que lutei contra a cama por não me apetecer levantar ou estar frio pensei para comigo "não podes faltar, porque a Catarina a esta hora já se levantou e está a contar contigo". Criar esse compromisso com outra pessoa, para além de nós mesmos, obriga-nos à responsabilidade mesmo nos dias em que a falta de vontade é dominante. Agora treino quase sempre sozinha e raramente falto, porque criei o hábito e a paixão, mas sem a minha loira muito provavelmente não teria conseguido manter o ritmo. 

3. Descubram aquilo que realmente vos apaixona.


O que seria do azul se todos gostássemos do amarelo, não é? Se acham que correr é a maior seca do mundo mundial, não corram. Felizmente existem cada vez mais opções de aulas e treinos individuais que podemos escolher, não faz sentido nenhum estarmos contrariadas a fazer exercício físico: não nos potenciamos fisicamente e não aproveitamos um tempo que é só para nós e que tem a particularidade de nos fazer sentir bem e felizes connosco. Inscrevam-se na Zumba, façam caminhadas com o cão, mas não se restrinjam nem forcem porque "se a Joaquina faz então é porque é bom, tenho que aguentar". 

4. Não passem fome.


A sério, comam. Comam muito, mas comam bem. Nunca me vou cansar de sublinhar o quão importante é a pessoa não fazer sacrifícios e não encarar a "dieta" ou a mudança de hábitos alimentares como um horror sem precedentes. É possível comer coisas deliciosas sem prejudicar a luta pelos objectivos e a saúde. Se estivermos insatisfeitas, então é mais do que certo que vamos ceder e desistir em três tempos. Comam

5. Criem rotinas. 


Se a vossa agenda vos permitir, tentem treinar e comer sempre às mesmas horas. Somos animais de hábitos e a certa altura já sabem inconscientemente que às 17h têm que estar a entrar no ginásio ou o mais tardar sair do trabalho às 18h porque a aula de Zumba é às 18h45 e há que evitar os precalços do treino. 

5+1: Procurem inspiração.



Eu sou como o Paulo Futre e não resisto a dar-vos uma dica extra (não é o melhor chinês da actualidade, mas pode ser que vos seja útil): pesquisem no tumblr, no instagram, em blogs, pessoas que vos possam inspirar de alguma forma. Seja pela história e perseverança, seja porque têm objectivos semelhantes ou porque sonham desde pequeninas com ter um corpo igual. Ter esses estímulos constantemente a surgirem-nos no nosso feed alimenta-nos a esperança e a vontade de ir a correr para o ginásio para conseguir rápido ser um anjo da Victoria's Secret. 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Receita: Pizza Saudável de Atum, cogumelos e espinafres.



O meu avô é empresário e ex-emigrante no Canadá. No final da década de 70, quando regressou a um Portugal finalmente livre, trouxe consigo algum dinheiro e uma ideia que viria a revolucionar a sua vida e a dos netos que então ainda não tinha: abrir na Costa da Caparica, onde até hoje vive e trabalha, diners à moda norte-americana. Aquele tipo de restaurante, já na altura muito em voga por lá, era um conceito totalmente novo e moderno num país pouco tempo fechado para o mundo. Escusado será dizer que teve tanto sucesso que, quase trinta anos depois do seu arranque, continua a bombar e foi, entre outras distinções, considerado "o melhor hambúrguer da zona de Lisboa" pela revista Time Out. 

Claro que não vos conto esta história por nada (juro que não é publicidade!). Como em tudo na vida, aquilo que tem um lado bom traz também consigo uma realidade difícil: não há um prato que não seja tão delicioso quanto calórico. Indo pelo menos uma vez por semana fazer uma refeição numa das casas - neste momento, temos três em funcionamento - e vendo a minha família os meus amigos deliciarem-se com pizzas, hamburguers e cachorros dos mais variados tipos - acompanhados por batatas fritas estaladiças e crocantes! - ficar-me pela saladinha ou pela omelete pode ser difícil. 

Não me estou a queixar, atenção, porque comer de forma saudável não é nem deve ser um sacrifício, mas a verdade é que resistir à tentação quando se convive tão proximamente com ela exige esforços herculeanos. Mas se é como diz o outro, se não os podes vencer junta-te a eles!, então que seja, mas que seja à MINHA maneira. 

Ontem entretive-me na cozinha durante quase hora e meia, numa invenção que prometo tentar impingir ao meu avô de forma a tornar os Tony's atraentes para todo o tipo de público, incluindo aquele que como nós luta  diariamente por manter a linha e a saúde. Eis a minha primeira pizza, totalmente saudável e sem hidratos de carbono, deliciosa e ideal para matar a vontade de "coisas más" sem que o corpo se queixe. 

Ingredientes:
- 4 ovos.
- Pimenta (e uma pitada de sal, se quiserem).
- 200g de espinafres ou outro legume à vossa escolha.
- 2 latas de atum.
- 1 lata de cogumelos.
- Queijo magro ralado. 

Preparação:
- Bater os ovos, juntar os temperos e os legumes cortados em pedaços pequenos, depois o atum desfeito, e por fim uma colher de sobremesa de queijo ralado. Mexer muito bem.



- Colocar um fio de azeite numa frigideira e deixar aquecer. Após estar quente, cozinhar o preparado durante aproximadamente 15 minutos em lume baixo. Tapar a frigideira, para criar uma espécie de soufflé. 



- Após os 15 minutos, polvilhar com queijo ralado, colocar num recipiente e levar ao forno até ficar douradinha e crocante. Pode também fazer-se no micro-ondas, no modo grill.



Et voilá. Se experimentarem fazer, digam-me que tal ficou!

sábado, 25 de janeiro de 2014

Desmistificar o mito: "não comer emagrece"?

É muito provável que a vossa avó, uma tia abelhuda ou algum conhecido com a mania das intimidades vos tenha já dito que sem esforço ninguém emagrece, e que por isso, se querem perder uns quilinhos - "e bem precisas!" - têm mesmo que aprender a fechar a boca. Trago-vos boas notícias: não podia ser menos verdade. 

As revistas femininas, a sociedade e a lógica oferecem-nos receitas milagrosas para emagrecer a toda a hora, sugerindo-nos "as dietas das celebridades" e "truques fáceis e eficazes" para emagrecer 10 quilos em apenas um mês. Para isso basta comermos apenas uma maçã de manhã, uma salada com três folhinhas de alface e metade de uma lata de atum ao almoço, uma banana ao lanche e uma sopa ao jantar (de preferência sem batata!). Em meia dúzia de dias vencemos um mal que combatemos durante anos, às vezes uma vida inteira, e estamos prontas para ser o centro das atenções na praia e desfilar na passerelle de qualquer Semana da Moda europeia. 

Esqueçam. Não é a passar fome ou a comer apenas saladas durante uma semana que vão compensar anos de uma alimentação menos saudável. Por muito que todos gostássemos da possibilidade de ser assim tão fácil e rápido, estar em défice calórico não só não ajuda a emagrecer, como, em última análise, engorda. 

Apesar de algo extremista, pensar no exemplo da subnutrição em alguns países africanos prova-nos que a falta de proteínas, hidratos, vitaminas, etc., pode provocar inchaço abdominal. A anorexia também, sendo uma doença muito grave, debilita o corpo de tal forma que o sistema imunitário não oferecerá já resistência a outras enfermidades. A fragilidade do corpo, que se reflectirá também na falta de brilho do cabelo, das unhas e da pele, deverá então ser sempre o primeiro motivo para evitar este tipo de atitude violenta para com o nosso corpo. Além de que ter fome e não poder comer é uma sensação desagradável e dolorosa em si mesma. 

Depois, o corpo humano está programado para armazenar energia, herança genética dos primórdios da humanidade, nos quais existiam épocas de fartura e épocas de escassez. Ao ingerirmos uma quantidade baixa de alimentos, o corpo humano entende que existe a necessidade de economizar para se manter. Ou seja, se comermos pouco, o nosso corpo vai guardar energias, e guardando energias não há perda de calorias, não havendo consequentemente perda de peso. Pelo contrário, quando voltarmos a comer o nosso corpo vai absorver cada caloria consumida, de forma a "compensar-se", o que resultará num aumento do peso. 

É por isto que a maioria das dietas loucas não funciona, ou no máximo leva a que voltemos a engordar logo após a perda inicial de alguns quilos. Qual é então "o segredo"? Comer muito, mas comer bem. 

Dou-vos o meu exemplo pessoal: faço pelo menos seis refeições por dia, tentando sempre que sejam baseadas em escolhas inteligentes e balanceadas. Nunca passo mais de três horas sem comer, para não forçar o organismo a entrar em economia de esforço, e tenho sempre uma garrafa de água comigo, para me manter hidratada. Se sentir fome, mesmo que as três horas não tenham passado, como, porque é um sinal que o meu organismo me está a enviar de que precisa de energia. Fruta é sempre uma excelente opção. 

Um plano da minha alimentação diária seria mais ou menos o seguinte:

- Pequeno-almoço: Duas torradas de pão integral com requeijão e fiambre de peito de peru ou ou uma tosta de queijo light, acompanhado com ovos mexidos e chá.
- Lanche da manhã: Fruta ou uma barra de cereais.
- Almoço: Carnes brancas (peru ou frango), almôndegas de soja, rosbife, atum ou salmão, com vegetais (quase sempre bróculos, que adoro) e esparguete integral ou batata doce.
- Pré treino: Papas de aveia.
- Lanche: Batido proteíco. 
- Jantar: Carnes brancas (peru ou frango), almôndegas de soja, rosbife, atum ou salmão, com vegetais (quase sempre bróculos, que adoro).
- Outros: bebidas só água e chá verde ou de frutos do bosque, posso também comer crackers sem sal, gelatina, entre outros.

Obviamente este é um plano muito genérico e apesar de parecer aborrecido é possível inventar mil e uma receitas saudáveis, saborosas e divertidas com estes ingredientes. Por favor, tenham em consideração que cada corpo é um corpo e que as necessidades de cada um são diferentes. Dou-vos o meu exemplo para que funcione apenas como isso mesmo, um exemplo, não querendo isto significar que os resultados em mim e em vocês sejam os mesmos. Até porque importa sublinhar também que a nossa alimentação tem que ser calculada de acordo com IMC, objectivo e nível de actividade física, pelo que é algo realmente muito pessoal. Um bom site para calcularem a quantidade de hidratos, proteínas e calorias que devem ingerir diariamente é o Livestrong - basta clicar em "track calories". A calculadora segue o modelo americano, mas para saberem o vosso peso em pounds e a vossa altura em feets basta ir a estes conversores

Espero que este posts vos seja útil, e qualquer dúvida, já sabem, a caixa dos comentários ou a página do facebook estão sempre à vossa disposição. 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Receita: Mousse de Frutos do Bosque.

Ontem resolvi arriscar fazer uma sobremesa light pela primeira vez na vida - o perigo! - mas a verdade é que correu bastante bem e decidi por isso partilhar com vocês a receita. Vejam-no como uma forma de agradecimento por serem tão doces comigo. 

Esta Mousse de Frutos do Bosque é super fresquinha e saudável, e por isso ideal para aqueles dias em que precisamos mesmo de um miminho para a boca mas não queremos "pecar" na dieta. 

Ingredientes: 



- Uma gelatina de morango com 0% de gordura;
- Um iogurte grego (se for sem açúcar, melhor ainda);
- Framboesas e amoras congeladas. 

Procedimento:
- Dissolver o conteúdo de uma saqueta de gelatina em 250ml de água a ferver. Mexer até o pó dissolver completamente. 
- Juntar 250ml de água fria e mexer.
- Deitar o preparado numa forma, tal como se fosse congelar a gelatina. Acrescentar o iogurte e metade das frutas congeladas. 
- Bater tudo, até o preparado apresentar uma consistência fofa. 
- Levar ao frigorífico e deixar ficar entre 4 a 5 horas, até ficar duro.
- Enfeitar com as restantes frutas. 

Et voilá. Se experimentarem fazer, digam-me que tal ficou! 





quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Perguntas Mais Frequentes I

Olá a todos!
Queria em primeiro lugar agradecer-vos pelas incontáveis mensagens de apoio que recebi desde o primeiro segundo após inauguração do blog. O vosso carinho, incentivo e elogios, bem como as dúvidas e questões que me colocaram são, agora mais do que nunca, indicativos de que estou no bom caminho e fontes de inspiração e motivação diárias. Quero deixar também uma palavra especial à Raquel do Teenie Weenie Blog, sem a qual a dimensão que este espaço atingiu em poucas horas jamais seria a mesma. Não se passou ainda um dia desde que tomei a decisão de me expor e ao meu caso de forma tão aberta, mas valeu já decididamente a pena fazê-lo. 

Este espaço que hoje estreio é, por isso, para vocês. Ainda que tenha tentado responder pessoalmente a todas as dúvidas que me colocaram nas caixas de comentários, sei que a grande maioria das pessoas que pretende reeducar-se a nível alimentar e/ou iniciar um projecto fitness se vê também assaltado por muitas delas, pelo que resolvi trazê-las assim a um espaço mais visível. Não tenham vergonha de perguntar qualquer coisa, dentro do possível e dos meus próprios conhecimentos - volto a lembrar que não sou nutricionista nem PT - tentarei dar-vos as respostas mais adequadas possíveis. 

1. O que é "whey"?
A "Whey" é um tipo de proteína (extraída do soro do leite) que pode ser tomada como suplemento, em batidos de água ou de leite, após um treino onde a carga de intensidade seja de nível moderado a elevado. Não é recomendável o seu consumo se a base de actividade física for cardiovascular, já que este tipo de proteína funciona basicamente como uma ajuda para o ganho de massa muscular. 

2. Não posso consumir "whey". Há alguma receita para substituir os batidos de proteína no pós treino?
É estranho, mas é mesmo verdade: o chocolate em pó, de marcas como Nesquick ou Colacao, pode funcionar como um excelente substituto de um batido de whey. Cabe aqui realçar que consumir a proteína não é obrigatório nem essencial para a obtenção de progressos a nível muscular; ela funciona apenas como um "empurrão" e, tal como o nome indica, é um suplemento. Consumindo-se entre os 1,2 e os 1,4 gramas de proteína de origem animal diariamente os resultados são praticamente garantidos. 
Exemplos de alimentos ricos em proteína: Ovo, Requeijão, Leite com chocolate (2 colheres de sobremesa). 

3. Que truques usaste para começar a correr? Eu digo isto porque eu tento correr mas fico facilmente sem ar. Também passaste pelo mesmo?
De facto ao início foi muito difícil ganhar resistência física; corria a 7km/h durante um minuto e não só ficava com falta de ar como a famosa "dor de burro" era insuportável. O segredo, apesar de parecer cliché, é insistir, continuar a correr. Hoje só aguentas um minuto? Ok, não faz mal, corres um minuto. Desistir é que é proibido, já que tem que haver consistência no treino e na actividade física para que os resultados (quer na perda de peso/gordura quer no ganho de resistência/músculo) apareçam. Tenta aliar a corrida com a caminhada a passo mais ou menos rápido. Aos poucos, o difícil tornar-se-á fácil!

4. Gostava de ficar mais tonificada, assim como tu, mas não sei bem como o fazer. A maioria das vezes as pessoas falam de como perder peso e não como ficar com um corpo mais atlético.
É de facto muito mais difícil "tonificar" o corpo do que perder peso, já que a segunda é condição necessária para que a primeira aconteça, não se verificando o contrário. Ou seja, para tonificar o abdómen, por exemplo, que mais não é do que definir e tornar visíveis os contornos dos músculos, não é suficiente fazer 500 crunches todos os dias. Esse exercício vai tornar o nosso corpo mais forte, mais resistente, mas "abdominais" per se todos os temos, eles não estão visíveis apenas porque existe uma camada de gordura a tapá-los. Então, o primeiro passo para a tonificação muscular passa por queimar essa gordura, o que pode ser conseguido aliando entre 30 a 60 minutos de exercício cardiovascular a exercícios específicos para desenvolver os grupos musculares em causa. Sem esquecer, claro, uma alimentação rica e equilibrada: afinal, é mesmo verdade quando dizem que os abdominais se fazem na cozinha. De qualquer das formas, pretendo postar brevemente fotografias e vídeos com exercícios exemplificativos para que seja mais fácil atingirem os vossos objectivos. 

5. Quero perder gordura nos braços. Quais são os exercícios mais indicados?
Aqui "braços" pode ser substituído por "coxas", "pernas", "rabo", "barriga". É com muita pena minha que vos digo que não existem exercícios específicos para perder gordura localizada. Ao correr, ao dançar, ao jogar futebol, ou seja, fazendo cardio, o corpo irá consumir energia de forma a queimar gordura, mas queimá-la-á por todo o corpo, e não apenas e especificamente na área x ou y. Outro truque é incorporar musculação, por mais leve que seja, no nosso treino. Como expliquei na pergunta acima, é esse tipo de exercício que potenciará o crescimento do músculo, mas é também uma actividade que consome mais calorias do que o exercício cardiovascular. Ao mesmo tempo, quanto mais músculo tiver uma pessoa, mais calorias ela queimará no seu dia-a-dia sem qualquer esforço extra. (Nota: "ter músculo" é diferente de ser bodybuilder). 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Receita: Papas de Aveia.

Esqueçam os cereais da Nestlé, risquem de vez a Cerelac. Ainda que sejam uma boa fonte de fibra, esse tipo de cereais processados são também ricos em açúcares não proporcionando ao corpo metade dos benefícios que uma tigela de aveia diariamente nos oferece. Além de ajudar na regulação do trânsito intestinal, a aveia possui uma fibra solúvel que diminui a absorção de gordura e açúcar no nosso organismo - fantástico, pois, para quem quer perder uns quilinhos. A aveia proporciona ainda uma grande sensação de saciedade, pelo que consumi-la logo pela manhã é uma excelente dica de pequeno-almoço saudável e completo. É sabido que essa é a mais importante refeição do dia. 

Pessoalmente, prefiro comer a minha aveia antes do treino, pois o carbohidrato permite que o meu corpo absorva energia; além do mais, a receita que utilizo tem também um grande carácter proteico. A grande pergunta que se coloca é, então, "mas como prepará-la?". Nada mais simples.

Ingredientes:
- 3 colheres de sopa de aveia (flocos ou farelo, é indiferente);
- 2 colheres de sobremesa de proteína whey (qualquer sabor, a minha é de chocolate) ou de canela;
- 150ml de leite ou de água;
- 1 banana.

Procedimento:
- Cortar a banana às rodelas;
- Misturar a aveia, a proteína, o leite/água e metade das rodelas da banana numa panela, e levar ao lume;



- Deixar cozer a mistura até ganhar consistência, indo ao mesmo tempo mexendo para que não se cole ao fundo da panela;
- Quando o aspecto for já semelhante ao de uma papa (demorará entre 7 a 10 minutos), esmagar as rodelas da banana;

- Colocar numa tigela e enfeitar com a metade que sobrou da banana;
- Podem ainda acrescentar duas colheres de sopa de manteiga de amendoim por cima, fica divinal. 
- E já está! Super fácil, barato e dá milhões! 


O Phitness da Phi.

Um dia eu fui uma criança alta e magra.

Ao contrário daquilo que o meu 1,58m actualmente indica, sempre fui uma criança alta para a idade. Com dez anos media mais doze centímetros do que a maior parte dos meus colegas de turma, o que me fazia parecer mãe de todos eles, uma espécie de reencarnação da Branca de Neve e os 19 anões. Desenvolvi tão rapidamente que a situação levou o meu pediatra a dizer que, mantendo-se o meu crescimento àquele ritmo, eu viria a medir no mínimo 1,75m. A não ser que aos 24 anos ainda seja possível dar o salto, tenho que me conformar com o erro de previsão do Dr. Jácome e aceitar que ter meio metro terá as suas vantagens. 

Foi também aos dez anos que me apareceu a menstruação. A adolescência, essa terrível inimiga de todos nós, resolveu então que não só não era suficiente eu não crescer mais, como também lhe pareceu justo que as minhas hormonas desreguladas me provocassem um aumento exponencial de peso. Passei então de ser trinca-espinhas para ser obesa, num curto espaço de meses.

Os loucos anos jovens.

A partir de então foi praticamente impossível estabilizar o meu peso. Dos 10 aos 22 anos passei por inúmeras fases de oscilação, onde o emagrecimento fugaz de dois ou três quilos era seguido de um período onde a minha alimentação era tão má que recuperava o dobro do peso antes perdido. Sem nunca ter noção do quanto estava a maltratar a minha saúde e o meu corpo, permitia-me comer todo o tipo de porcarias. O facto de o meu avô ser empresário no ramo da restauração e ter três restaurantes de fast food e comida italiana pouco ajudavam a que encontrasse foco: aquela era a alimentação que me parecia natural, e não fazia a menor ideia de que existiam outras opções. 

A primeira grande mudança.

Passei naturalmente a adolescência insatisfeita com o meu corpo, com vergonha de usar bikini, sentindo-me feia e inferior com relação às minhas amigas magras. Nunca tendo sido muito pesada - com 1,58m, o máximo que pesei foram 65kg -, acumulei ao longo dessa fase grandes níveis de gordura corporal, tinha muita barriga e imensa flacidez. Um dia, então, decidi que isso iria mudar, mas a informação que tinha e o apoio que a minha família me deu foram reduzidos em iguais proporções. Escolhi a via fácil, a do sofrimento: passar fome. É verdade que emagreci, perdi bastantes quilos durante esse Verão, mas os números na balança baixavam e o meu sentimento em relação a mim mantinha-se igualmente negativo. Obviamente não estava a fornecer ao corpo os nutrientes necessários para que ele se sentisse satisfeito. Perdi muito peito, perdi largura, perdi barriga, mas fiquei mais flácida do que nunca, porque esse emagrecimento não foi acompanhado de actividade física regular e de uma alimentação equilibrada.

A vida em Madrid.

Em Outubro desse ano (2011) a minha vida mudou. Dei por mim sozinha em Madrid, sem os meus pais, e pela primeira vez com total liberdade para ser eu própria a gerir a minha alimentação. Não a aproveitei da melhor forma: nos primeiros tempos, não sabendo ainda cozinhar, desenrrasquei-me muito  à base de de enlatados e comida congelada. A fruta e os legumes raramente entravam no cardápio, não tinha qualquer noção da diferença entre carbohidratos simples e complexos e alimentava-me, como qualquer digno estudante de intercâmbio, muito, mas mesmo muito mal. Resultado: os 50kg com que viajei para Madrid já eram 58kg quando voltei da capital espanhola, mais insatisfeita do que nunca com o meu corpo. 

A mudança definitiva. 

Esse regresso a Portugal foi muito complicado a todos os níveis, principalmente psicológico: depois de um ano a viver sozinha, separar-me da minha independência e dos meus amigos foi extremamente complicado. Mais ainda porque a acompanhar essa situação me vi no desemprego e sem quaisquer perspectivas positivas para o futuro. Foi então que decidi que era a altura de eu tratar de mim e de aproveitar o meu tempo livre de forma produtiva. Inscrevi-me no ginásio e dediquei longos períodos à pesquisa sobre os melhores treinos e a melhor alimentação possível. Fugi do óbvio, dos lugares comuns, do senso que todos achamos ter sobre dietas e formas fáceis de perder peso. Percebi que para emagracer e emagrecer bem, precisava de comer, de comer bem mais do que aquilo que comia. Precisei de enfrentar demasiados medos. Sofri muito, gastei muitas lágrimas. Com um percentual de gordura por volta dos 32%, a minha condição física era deplorável, tinha tonturas, ficava mal-disposta, corria um minuto e estava capaz de cair para o lado. 

Nesta fase, percebi que lutava sozinha, mas não contra ninguém senão eu própria. Aqui, entrou a motivação, o querer, a força que eu não sabia que tinha. Insisti, todos os dias. Chorei, todos os dias. Com o tempo, correr um minuto já me parecia mais suportável e, dois meses depois, completava 7km em 47 minutos na Mini Maratona de Lisboa. Mesmo nessa fase cometi muitos erros, quer a nível de treino quer a nível alimentar. Foi, ainda é, um processo de tentativa e erro. Trata-se de descobrir o que é que funciona melhor para o nosso corpo, perceber que cada um de nós tem o seu tempo, que os resultados não aparecem da noite para o dia. Trata-se também de perceber que precisamos de definir objectivos, que correr 30 minutos todos os dias pode não ser o indicado para a nossa situação. 

No entanto, passado um ano, posso dizer que consegui. Não alcancei ainda os meus objectivos finais, mas vou no caminho certo: tenho agora 19% de gordura corporal (e apenas uma diferença de 3kg na balança, o que me fez perceber que o peso realmente não importa nada) e uma satisfação pessoal incomparável ao olhar-me no espelho. A minha pele, as minhas unhas e o meu cabelo também agradecem, mais saudáveis e bonitos do que nunca. 

O blog.

Este blog surge exactamente um ano depois do início da minha jornada pelo mundo do fitness. Serve para me continuar a motivar, mas também como resposta aos inúmeros pedidos de ajuda que fui recebendo ao longo do processo. Aqui quero postar a minha evolução, mas também dicas, baseadas naquilo que tentei, experimentei e conheci ao longo deste processo. Não sendo nutricionista nem personal trainer, nada daquilo que aqui partilharei terá, pelo menos numa fase inicial, cunho científico. São apenas as minhas visões, reflexos da minha experiência pessoal.

Divirtam-se, inspirem-se, sejam saudáveis e amem-se. Qualquer dúvida que tenham, estou aqui para ajudar.